E por onde anda o ex-senador Magnus Malta? É a pergunta que o público evangélico faz após os três meses do início do governo Bolsonaro. Mas, para setores ligados a bancada evangélica no Congresso, o “desaparecimento” do ex-senador se deu por opções políticas em desacordo com o perfil moralizante que a nova tendência política exige nestes tempos em que o governo federal busca imprimir a governabilidade sem o tradicional “toma lá, dá cá”.
Em pouco tempo, logo após a oração consagradora, em rede nacional de TV, bem que aquela ocasião poderia ter inaugurado uma nova era nas decisões em que conflitos fossem resolvidos e o papel de conselheiro fosse decisivo. A esperança entre evangélicos era que, assim como nos EUA, o governo ao colocar em prática o slogan “Deus acima de todos” convocasse Magnus Malta para desempenhar um papel essencial. Mas os meandros da políticas nacional tem lá suas idas e vindas, altos e baixos, estradas mais pavimentadas e fossos quase que intransponíveis.
Até agora não ficou claro se o ex-senador ficou de fora do governo porque questões partidárias, doutrinárias ou pessoais. Contudo. o governo que enfrenta tantos desafios, com a mídia tradicional no encalço, com o ranço do petismo ainda espalhado por aí, com estruturas partidárias arcaícas, era preciso alguém mais próximo ao presidente e que fosse o primeiro a unir as mãos do “staff” presidencial em intercessão pela nação. Ao que parece o ex-senador Magnus Malta perdeu a chance de ser uma espécie de conselheiro do de rei.
O fio de esperança que ainda havia em ocupar um cargo no primeiro escalão foi rompido por Bolsonaro, que convidou Damares Alves, assessora do senador, para o novo Ministério dos Direitos Humanos. Ao ser questionado se ainda haveria espaço para Malta na Esplanada, o presidente eleito disse que não vai abandonar o aliado, mas mandou um recado: não fiz campanha prometendo absolutamente nada para ninguém, pretendemos aproveitar boas pessoas. Agora, não podemos dar ministério para todo mundo. Antes do início da campanha, Malta foi convidado por Bolsonaro para ser seu vice. Declinou do convite por achar que as chances de não se reeleger para o terceiro mandato de senador eram remotas.