O Teatro Riachuelo em Natal estava com a capacidade dos assentos lotada, apesar do preço salgado do ingresso de 400 a 600 reais. Na ocasião, o público estava ávido para ouvir um daqueles considerados do time dos mais influenciadores de uma indústria que a cada dia cresce no Brasil: coaching. E não que isso virou moda.
Na palestra, o objetivo maior era incentivar as pessoas ao sucesso. Na busca do autoconhecimento para transpor as dificuldades do dia a dia e se considerar um campeão. Até aí tudo bem. Mas quando se confunde técnicas de motivação pessoal com exposição da Palavra de Deus, aí deve-se estar atento para não incorrer em erro crasso.
Treinamento motivacional pode ajudar a quem deseja maior disposição para vender algum produto ou para persistir no sonho de uma realização pessoal, mas não deve ser aplicado à audiência na igreja. Uma vez que essa abordagem é nitidamente INDIVIDUALISTA e ANTROPOCÊNTICA, onde dificilmente o pregador vai confrontar os ouvintes a partir dos valores do Reino. Fica parecendo uma mera pregação zen, feita sob medida, parecida com muitos destes livros rasos de autoajuda que se vendem aos montes nos nossos dias.
A mensagem do Evangelho, por sua vez, leva os ouvintes a assumirem suas responsabilidades diante de Deus. É uma mensagem que aperfeiçoa o caráter, que redefine propósitos e traz arrependimento, ou seja, mudança de atitude e comportamento. A exposição traz luz, (Salmo 119.105), ilumina o caminho do pecador, traz esperança ao descrente e convicção da salvação ao perdido. É uma mensagem que não apenas motiva, mas exorta, confronta, alimenta e transforma. Portanto, a igreja não é auditório para receber palestras motivacionais. O púlpito é lugar de exposição da Escritura Sagrada sob a direção e inspiração do Espírito de Deus.