Como uma nuvem, que passa sem qualquer pretensão de fazer chover. Assim, foi a incursão do deputado Ezequiel Ferreira na sua tentativa de unir a oposição frente ao Governo de Fátima.
Os bastidores da política revelam que nem mesmo na hora de entrar em cena a articulação do nome se mostrou no mínimo viável. O que se viu foi o acordo apressado, reuniões de última hora, filiações no estilo da conveniência do compadrio político. O planejamento meticuloso, a ação ponderada, a visão fora do contexto imediatista tudo isso passou de largo.
O RN padece de uma oposição séria. Que saiba aguardar o tempo necessário para colher o resultado da ação eficaz. Mas tal articulação não nasce sem antes sementes sejam plantadas. O que faltou a Ezequiel além do adubo do planejamento para sua pretensão foi não ter escolhido o terreno fértil da independência para com o governo. Sempre foi um aliado da governadora. Próximo ao poder no reinado da política potiguar tinha os amigos nomeados pela rainha petista.
O presidente da Assembleia Legislativa tornou-se apenas um nome dos que serão lembrados mais pela tibieza que pela determinação. Retirou sua candidatura logo que as primeiras pesquisas eleitorais apontaram uma luta árdua, difícil e arrochada. Não consegui conter a manada de seguidores que prefere a vida mais branda nas costas do poder.
A desarticulação da oposição vive o opróbrio. Quatro anos passaram-se e esta não foi capaz de convergir interesses em torno de um nome que recebesse os afagos do Planalto. Pelo contrário, com dois ministros mais interessados em projetos individuais, não buscaram na conciliação, um projeto para o RN com dimensão além do que rezava suas pastas. Se Fátima continuar, a culpa será mesmo de Fábio Faria e Rogério Marinho. Eles não volveram ao RN com a humildade para escutar a população que sofre com a criminalidade, com altos índices de analfabetismo, com uma estrutura agrária frágil, com saúde de terceiro mundo – para lembrar de um termo muito próximo do petismo. Ainda há tempo? Talvez não, afinal o VLT da história passa muito rápido e deixa para trás àqueles que menosprezam a política na sua vertente do interesse coletivo.