As chuvas na intensidade que ocorreram no último final de semana trazem a realidade do que são cidadãos sem o mínimo de planejamento.
Natal demonstrou sua face mais inóspita. Muitos cidadãos tiverem que se valer da ajuda de vizinhos e da defesa civil para não
perecerem diante do caos. Talvez, nesta segunda-feira, com o sol de volta a demonstrar a continuidade da vida, tenhamos que
considerar nossa pouca civilidade, posto que cidadania é conviver no espaço urbano. Mas, em Natal, esse espaço
não é cuidado e os recursos não são aplicados de forma eficiente pela administração. Daí, rotineiramente, e em todos os invernos, segue a sina
de uma cidade que padece e que não contorna seus problemas de infraestrutura. Um exemplo é a Rota do Sol, uma lagoa de captação transbordou e trechos foram alagados com desejos. É esse o “cartão postal de Natal”, que não condiz com a exuberante paisagem das praias urbanas. Os dejetos a escorrer pela via é a prova na ineficiência das políticas do município e do Estado. Tem-se uma Companhia de Água e Esgoto imprestável, enriquecendo a custa da população. A Emprotur, fábrica de eventos que ninguém sabe para quer serve, não assume a responsividade. O governo municipal não admite que entrega a cidade ao relento. Não fiscaliza, não investe na conservação das ruas e avenidas. Os entes públicos não deveriam, diante dessa realidade, sequer falar em vocação turística de Natal, porque esses administradores não pensam numa cidade planificada, os sucessivos governos comprovam a ineficiência. Os pontos de alagamentos, as lagoas de captação obsoletas, as ruas esburacadas, tudo prova que Natal está longe de uma cidade com o mínimo de desenvolvidamente sustentável.