O mais antigo poeta cordelista em atividade do Rio Grande do Norte morreu na manhã de ontem (29). João Gomes Sobrinho, o poeta e rabequeiro Xexéu, tinha 81 anos e era natural de Santo Antônio do Salto da Onça. O sepultamento ocorre nesta quinta-feira (30), às 9h, em Santo Antônio. Conhecido pela voz bonita e entoada, que lhe rendeu como apelido o nome do pássaro típico do Nordeste, Xexéu tomou gosto pelas rimas e versos quando era criança – e conta-se que aprendeu tudo de ouvido, prestando bastante atenção nos cantadores de viola. Durante a vida, dividiu saraus com Patativa do Assaré, Elizeu Ventania, Antônio Dias e Chico Traíra, só pra citar alguns.
Seu mais recente trabalho foi o livro “Cantos da Manhã”, lançado em Santo Antônio no dia 14 de março, Dia da Poesia, ocasião em que estiveram presentes mais de 40 cordelistas, além de sanfoneiros e rabequeiros. Detentor do título de Mestre da Cultura Popular, pela Fundação José Augusto, e com status de Patrimônio Imaterial da Cultura Potiguar, Xexéu escreveu ao longo da vida mais de 800 poemas de cordel, declamando-os com grande desenvoltura.