Quem conhece Parnamirim, berço de 200 mil habitantes, sabe que a maior preocupação dos cidadãos hoje é escapar dos perigos da pandemia. A cidade tem feito um esforço gigantesco para o enfrentamento do problema, isto traduzido na resistência de centenas de profissionais da saúde que entram na linha de frente e fazem funcionar desde laboratórios a Unidades de terapia intensiva.
A política em Parnamirim não é o assunto do dia. Verdade. Do mototaxista ao empresário, a corrida pela sobrevivência é o desafio do tempo presente. Mas, diante da proximidade do pleito, uma análise do momento atual não deixa de ser importante, afinal o vírus da desinformação tem lá seus perigos.
No embate de 2020, para a oposição em Parnamirim, alianças segundo interesses pessoais predominam nas movimentações até o presente. São composições e recomposições circunstanciais. Agregados da gentileza, afiliados da promessa ligeira, amigos de horas passageiras, sem um projeto de cidade ou propostas convincentes. O que se observa são adesões às escondidas, somente reveladas quando a foto é postada nas redes sociais. Não se discutiu as razões nem apresentaram as explicações – o que mais confunde o eleitor, porque muitas vezes não se combinou nada com o povo. E perguntar é lição do bom jornalismo: quem receberá o apoio da governadora, numa situação em que o RN se encontra falido. A ineficiência da saúde no RN provou que o governo do Estado é totalmente desmantelado. Os comunistas do RN vão querer influenciar os grupos de oposição; quem da oposição vai vestir vermelho?
A crise existencial também é uma questão autopreservação. É muita gente entrando num mesmo bote salva-vidas. Recentemente, pelo menos cinco novos grupos estão a desafiar o atual governo. Um do ex-prefeito, outro da vice prefeita, outro da professora e vereadora. Tem um grupo que se diz aliado de Bolsonaro, outro de empresário da Educação, e até um de dono de Cartório. São combatentes de peso? Talvez. O problema é que o lastro do bote é frágil e o ego dessa gente é grande. Todos querem pousar no Centro Administrativo, mas a maioria prefere à turbulência da discórdia ao voo suave do consenso. Não há o vislumbre do interesse coletivo.
Inegável que a administração atual enfrenta diariamente os problemas da cidade. Mas isso não significa o louvor de todos. Unanimidade não existe. Muito mais numa sociedade hoje polarizada e dividida. No entanto, os críticos de plantão esquecem que administrar significa pôr ordem na anormalidade, conter o caos e agir de maneira convincente. Na lição constitucional, da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (Art. 37 -CF). Isto dentro do cotidiano mais ameno, sem escândalos e sobressaltos; o que já é um avanço, porque basta ao povo que o governante, governe. E, segundo pesquisas de opinião, a atual administração tem procurado cumprir sua missão.
Assim, daqui a poucos dias, se o calendário não for alterado pelo Congresso e sob a égide do TSE, as eleições de 2020 receberão sinal verde, como máscaras ou sem máscaras, com álcool gel à mão e distanciamento social. Como isto vai acontecer na prática, nem mesmo o ministro Barroso sabe.