Ele é um dos talentos do esporte no país e no exterior. Indiscutível. Com 60 gols na Seleção Brasileira. Campeão da Libertadores pelo Santos, em 2011. Campeão Olímpico em 2014, atacante de um dos maiores clubes europeus, o Paris Saint Germain, mas há algo nesse rapaz que reflete um enorme vazio existencial. O público que o segue é capaz de lembrar daquela final da Champions, em 2015 quando, ao marcar o terceiro gol da exuberante vitória do Barcelona, Neymar colocou um banner com os dizeres 100% JESUS. Não faltaram os críticos e pessoas que diziam, à época, que o craque não deveria misturar coisas do esporte com sua religião. A questão maior reside aí: falta a Neymar o cultivo da fé que inspirou aquela declaração que repercutiu no mundo inteiro por ocasião da vitória do time da região da Catalunha.
Hoje, os percalços pessoais são resultados da fama que lhe ocorreu de maneira tão rápida e que insistem em atrapalhar sua carreira e uma das razões para isso talvez seja a perda de referenciais. Naquilo que o futebol de forma prodigiosa, mas ao mesmo tempo efêmera, oferece aos que dele são alçados de maneira repentina. Um dia e aquele menino da vila ou dos gramados é descoberto e logo abrem-se portas e dinheiro que fazem qualquer pessoa ter sérias dificuldades em lidar com o glamour repentinos. “pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos”. 1 Timóteo 6.10. Muitos deles não estão preparados, ainda que tenham atrás de si profissionais competentes. Daí que nesse mundo desconhecido e midiático o dinheiro passa a ditar comportamentos e hábitos, quando não tolhe personalidades ainda em formação. Esses atletas passam a desprezar velhos amigos, parentes, abandonam o sentido de pertencimento à comunidade que os viu surgir. Daí busca-se de maneira desmedida o culto aos instintos, ao sexo fácil e pago, a noitadas regradas à drogas. Nessa liberalidade e hedonismo dos que tudo possuem, mas que não conhecem o sentido da vida.
Para as agruras de hoje de Neymar apoio e suporte psicológico são importantes. O conselho da mãe, Nadine Gonçalves é uma tentativa daquele coração materno de dizer ao craque que nada adianta ganhar o mundo inteiro e perder o referencial. Neymar esqueceu da infância humilde, talvez ele tenha desprezado o ensino da igreja e da formação cristã. O poder de comprar tudo, de consumir tudo, de ter tudo sem a orientação divina acaba por corromper os bons costumes. Para preencher a lacuna existencial, o jovem craque cercou-se de mulheres, bebidas e como perdulário talvez esteja na ilusão de que pode comprar inclusive a felicidade. Erros, todos cometemos, mas erra-se mais quando se despreza o exemplo maior Daquele que foi tentado em tudo, mas sem pecado. O nome de Jesus estampado externamente num banner nada adianta se este mesmo nome não estiver no coração. Se não reverenciá-lo, servi-lo e adorá-lo não adianta ganharmos o mundo inteiro. Marcos 6.36. Que um dia, Neymar aceite a Jesus como único e suficiente Salvador.
Por Silvio Menezes