A geração atual jamais conviveu com efeitos deletérios de um mal tão incomum como a atual crise sanitária mundial. A razão disso talvez esteja na maneira como formos inseridos na cultura do imediatismo. A maioria seguia a receitas prontas, resultados imediatos, manual de sucesso repentino, superação instantânea. Até de que nos demos conta que a vida fugiu do controle. Algo nos exaspera. Além da cartilha do imediatismo, todos vivíamos na transitoriedade da vida. Do aqui e o agora. Quando se falava de algo mais eterno e duradouro, não se dava importância. O lema do viver o presente em sua intensidade regia comportamentos e atitudes.
A maior incongruência desse estado de coisas é justamente a solução tardia que nos abate ao correr dos dias e das horas. É a vacina que não chega, o isolamento que não tem data para terminar, são as medidas protelatórias e essa angústia do presente que intensifica e esmaece a esperança e o futuro.
É nessa hora que os cristãos verdadeiros, aqueles que se apegam a palavra de Deus devem buscar refúgio. É na revelação da vontade de Deus que saímos do lugar-comum da dúvida para a perspectiva renovadora e transformadora. É quando do ar rarefeito da planície da inconformidade ousamos, pela fé, buscar o mirante da graça divina. Assim, fica mais fácil entender a vida como propósito de Deus. A partir daí podemos compreender que sem o olhar para o porvir, não conseguimos vislumbrar o sentido de nossa existência. O porvir é o que rege uma esperança de glória, o que aponta para a redenção do Calvário, o que nos desapega da vida em suas nuances terrenas para um sentido da imortalidade em Cristo. “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá. João 11. 25. As circunstâncias apavoram, o porvir traz esperança.
E investir para a eternidade é confluir um entendimento transformador. Aos Coríntios Paulo disse: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior se renova dia em dia; porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória mui excelente, não atentando nós nas as coisas que se veem; mas nas que não se veem; porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas”, Co. 4:16. Portanto, tudo neste mundo é biodegradável; o corpo perece, envelhece, as árvores morem, as plantas murcham, planos perecem, soluções desfazem, mas aquele que confia em Deus e entrega sua vida a seu filho Jesus recebe, pela graça salvadora, o sentido sublime da esperança gloriosa da salvação.