A Organização Mundial da Saúde confirmou em uma atualização de uma lista que classifica doenças em todo mundo que o vício em vídeogames é oficialmente um distúrbio mental. A lista, aprovada recentemente, deve entrar em vigor no dia 1º de janeiro de 2022.
Vício em videogames foi incluído no manual internacional de classificação de doenças e problemas de saúde da OMS, chamado de ICD-11. Na página oficial do distúrbio, ele é descrito como um padrão de comportamento ligado a jogos eletrônicos, caracterizado pela falta de controle sobre a jogatina, aumentando a prioridade de jogar sobre outras atividades e interesses diários, continuando e aumentando essas ações, sem considerar as consequências negativas delas.
Basicamente, você jogar por horas a fio um jogo de videogame não é considerado doença, se você fizer isso em seu tempo livre. Caso os jogos entrem no caminho de outras atividades de sua vida, fazendo com que você as ignore para continuar jogando, criando consequências negativas relacionadas à sua existência em sociedade, pode ser que você tenha um problema para lidar.
Em análise desde de janeiro de 2018, a doença foi incluída no manual da OMS, mas não sem a oposição da indústria de games, com representantes entrando com um pedido para que o órgão reconsidere a decisão.
“Existe um debate significativo entre profissionais da área de saúde e da indústria de games sobre as ações da OMS. Nós ficamos preocupados que o órgão chegou a essa conclusão sem o consenso da comunidade acadêmica. As consequências disso podem acabar gerando desinformação em detrimento daqueles que precisam de ajuda de verdade”, disseram as empresas em um comunicado divulgado para a imprensa após a divulgação da Organização Mundial da Saúde.
No comunicado, a coalisão de empresas comenta que tenta encorajar os jogadores a aproveitar os games de maneira saudável, entregando ferramentas com controle parental para ajudar a gerenciar melhor como os produtos são consumidos. É válido comentar aqui que, apesar de isso ser bastante voltado para crianças, o problema levantado pela OMS é que o vício em jogos eletrônicos é um distúrbio que afeta pessoas de várias idades, e não somente a parcela infantil da população.
A OMS não comentou sobre o pedido de revisão das empresas.
Voxel